Doris Lessing, nascida Doris May Tayler em 22 de outubro de 1919, foi uma proeminente escritora britânica, conhecida por sua vasta produção literária que abrangeu uma variedade de gêneros, incluindo ficção, não-ficção, autobiografia e drama. Sua obra explorou temas complexos como política, psicologia, feminismo, colonialismo e espiritualidade, refletindo sua própria vida marcada por mudanças e desafios.
Lessing nasceu em Kermanshah, na então Pérsia (hoje Irã), onde seu pai, Alfred Cook Tayler, era um ex-combatente da Primeira Guerra Mundial que trabalhava como funcionário de banco, e sua mãe, Emily Maude Tayler, era uma enfermeira britânica. A família mudou-se para a Rodésia do Sul (atual Zimbábue) quando Doris tinha cinco anos, buscando uma vida melhor. No entanto, sua infância foi marcada por dificuldades financeiras e por um relacionamento conturbado com seus pais.
Desde jovem, Lessing demonstrou um interesse ardente pela leitura, uma paixão que a acompanhou por toda a vida. Ela frequentou escolas locais, mas sua educação formal foi interrompida aos 14 anos, quando deixou a escola para ajudar a sustentar a família e trabalhar como babá. Essa experiência precoce com as responsabilidades adultas e o ambiente colonial deixou uma marca profunda em sua visão de mundo e influenciou sua escrita posterior.
Aos 19 anos, Lessing se casou com Frank Wisdom, com quem teve dois filhos, mas o casamento acabou em divórcio em 1943. Posteriormente, ela se casou com o ativista político e comunista Gottfried Lessing, do qual ela tomou o sobrenome, e teve um filho. Seu segundo casamento também terminou em divórcio em 1949. Essas experiências pessoais turbulentas, combinadas com suas observações sobre a sociedade e a política, moldaram a perspectiva de Lessing sobre questões de gênero, classe e poder, temas recorrentes em sua obra literária.
Lessing começou a escrever profissionalmente na década de 1940, e sua primeira novela, “The Grass is Singing” (1950), foi bem recebida pela crítica. No entanto, foi com o romance “The Golden Notebook” (1962) que ela ganhou reconhecimento internacional e se estabeleceu como uma das vozes mais importantes da literatura do século XX. Este romance inovador aborda questões de identidade feminina, política e criatividade, e é considerado uma obra-prima do feminismo literário.
Ao longo de sua carreira, Lessing continuou a produzir uma série de romances aclamados, incluindo “Briefing for a Descent into Hell” (1971), “The Summer Before the Dark” (1973) e a série “Canopus in Argos: Archives” (1979-1983). Ela também experimentou com formas literárias diferentes, escrevendo peças de teatro, contos e ensaios. Sua escrita era caracterizada por uma voz forte e provocativa, combinando introspecção psicológica com crítica social afiada.
Além de sua carreira como escritora, Lessing foi uma ativista política engajada, envolvendo-se em questões como o apartheid na África do Sul e a Guerra do Vietnã. Ela foi uma crítica contundente das injustiças sociais e políticas de seu tempo, e seu ativismo se refletiu em sua escrita.
Em 2007, Doris Lessing foi agraciada com o Prêmio Nobel de Literatura, tornando-se a 11ª mulher e a mais velha até então (88 anos) a receber esse prestigioso prêmio. Ela foi reconhecida por sua “sensibilidade visionária” que a tornou “a epopeia da experiência feminina, que com ceticismo, ardor e uma força visionária está comprometida em sujeitar uma civilização dividida a escrutínio”.
Doris Lessing faleceu em 17 de novembro de 2013, em Londres, deixando para trás um legado literário imenso que continua a inspirar e provocar leitores em todo o mundo. Sua escrita corajosa e perspicaz continua a ser relevante para as questões contemporâneas de identidade, política e sociedade.
Doris Lessing escreveu uma vasta quantidade de obras ao longo de sua carreira, explorando uma variedade de gêneros e temas. Abaixo está uma lista de alguns de seus livros mais populares:
Esses são apenas alguns dos livros mais conhecidos de Doris Lessing, mas sua obra abrange uma ampla gama de títulos que continuam a ser apreciados e estudados por leitores e críticos em todo o mundo.